segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A questão social nas favelas com UPPs é mal resolvida

Informe do Dia: 'Policial de UPP não tem que dar aula de violão'

Professora da Escola Brasileira de Administração Pública/FGV, Sônia Fleury diz que o estado está longe de garantir direitos sociais de moradores de favelas com UPPs. Hoje e amanhã, ela coordena, no Morro Santa Marta, em Botafogo, debate sobre as comunidades pacificadas.

— O que muda nas regras das favelas após a chegada da UPP?
Quando você tira o poder do tráfico de drogas, há um novo ordenamento na favela. O Estado dá ao comandante da UPP o poder de tomar decisões que não condizem com a função da polícia. Não é atributo do policial ser bonzinho e dar aula de violão.

—Como isso afeta a vida das pessoas?
Isso leva a decisões arbitrárias, já que cada comandante decide o que deve acontecer nas favelas da forma como julga melhor. No caso do funk, por exemplo, há UPPs que permitem as festas, outras não. Isso também vale para as obras na região. No Vidigal, a iniciativa privada está construindo um hotel, mas os moradores não têm permissão para realizar obras em suas casas.

— Como a sra. avalia as iniciativas sociais nas favelas?
A questão social nas favelas com UPPs é mal resolvida. Existe uma política clara e coordenada de ocupação, mas as iniciativas para garantir o cumprimento de direitos sociais são difusas e pontuais. Não há coordenação de políticas públicas para garantir direitos básicos como saneamento, educação, saúde e moradia.

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