sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Integrante da família que controla a Mangueira há décadas é preso no Paraguai

O traficante Alexander Mendes da Silva, o Polegar, 37 anos, está a caminho do Brasil. A previsão era de que ele continuasse no Paraguai até semana que vem. A informação foi divulgada pela assessoria de imprensa da Polícia Federal de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, após ser avisada de que a decisão do juiz paraguaio sobre a extradição de Polegar será proferida entre segunda e quarta-feira. A Justiça do país quer saber a origem da identidade falsa usada pelo traficante no momento da prisão. O documento estava em nome de Targino José da Silva Júnior, 31, que já havia respondido a um homicídio no Paraguai.

Um dos maiores líderes da facção criminosa Comando Vermelho (CV), responsável pela venda de drogas no Morro da Mangueira, em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, Polegar foi preso por agentes da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai, na tarde desta terça-feira, dia 18 de outubro.

A prisão ocorreu na cidade de Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã, no Paraguai. Ele conduzia um Kia Cadenza, cinza, quando foi abordado pelos policiais. Durante a abordagem, apresentou uma identidade paraguaia em nome de Targino José da Silva Júnior. Com Polegar também foi apreendida uma Hilux van, preta, placa PIX 357.

Sobrinho de Francisco Paulo Testas Monteiro, o Tuchinha, 48, cunhado de Jorge Silveira dos Santos, o Jorginho Branco, primo de Leandro Monteiro Reis, o Pitbull, e de Ricardo Gonçalves da Silva Gomes Júnior – filho do traficante Ricardo Gonçalves da Silva Gomes, o Ricardo Coração de Leão, morto em 2002 -, Polegar era considerado foragido da Justiça há dois anos.

O criminoso conquistou o benefício do regime semi-aberto por ter cumprido um sexto da pena à que foi condenado – 22 anos de prisão por tráfico de drogas e associação para fins de tráfico. Mesmo acusado por quatro homicídios dentro da Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, antiga Bangu 1, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, em 2002, Polegar teve o comportamento considerado “excelente” pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária. Foi este parecer que motivou o juiz Carlos Borges, da Vara de Execuções Penais (VEP) a conceder a progressão do regime ao traficante.

No entanto, saiu da Casa do Albergado Crispim Ventino, em Benfica, também na Zona Norte, no dia 14 de setembro de 2009, e não voltou para dormir. Aquela foi a segunda vez que Polegar fugiu após ser beneficiado pela Justiça.

Conhecido por uma das ações mais ousadas do crime organizado no Rio, ele foi preso em janeiro de 2002, em Fortaleza, no Ceará, após ficar foragido por sete meses depois de obter o livramento condicional. No ano anterior, ele foi acusado de estar entre os 40 homens armados que usaram um caminhão para derrubar um muro da Divisão de Capturas e Polícia Interestadual (DC-Polinter) e libertar 14 presos.

O tráfico no Complexo da Mangueira – composto pelos morros da Mangueira, Telégrafos, Pindura Saia, Santo Antônio, Chalé, Faria, Buraco Quente, Curva Cobra e Candelária – é controlado pela família de Polegar há décadas. O cunhado dele, Jorge Silveira dos Santos, o Jorginho Branco, foi preso em junho na Tijuca, na Zona Norte do Rio. Contra ele, havia oito mandados de prisão.

Dois meses depois, o primo Ricardo Gonçalves da Silva Gomes Júnior – filho do traficante Ricardo Gonçalves da Silva Gomes, o Ricardo Coração de Leão, morto em 2002 – foi preso na Mangueira.

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