terça-feira, 2 de agosto de 2011

Faltam uniformes, banheiros e coletes à prova de balas em UPPs, denunciam PMs

A rapidez com que o governo do Estado do Rio de Janeiro instala UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) na capital contrasta com as condições ruins de trabalho oferecidas aos policiais que atuam nas comunidades pacificadas. Nos últimos 12 meses a cidade ganhou nove unidades, mas faltam aos PMs dessas novas UPPs uniformes, banheiros, refeitórios e viaturas. Os coletes à prova de balas são de tamanho errado e muitos deixam de usar o equipamento.

A reportagem do R7 entrevistou policiais - que prefeririam não se identificar, temendo represálias - e percorreu algumas favelas pacificadas, onde encontrou PMs trabalhando sem colete à prova de balas. Segundo eles, não há tamanho adequado do equipamento para todos. Um policial que monitora o morro da Coroa, no Catumbi, na região central do Rio, alega que só há coletes grandes e extragrandes.

- Só tem coletes G e GG. Eu prefiro nem usar, porque fica muito grande. Estamos trabalhando no risco.

O mesmo ocorre na UPP do morro dos Prazeres, em Santa Teresa (centro). Um PM relata que o colete grande dificulta a locomoção.

- Eu tenho 1,96 m de altura e com um colete GG minha mobilidade fica ruim. Imagina quem é menor? E não tem colete menor.

Um dos policiais que trabalham no morro do Turano, na Tijuca, zona norte, diz que só recebeu uma farda para trabalhar. Ele mora no interior do Estado e é obrigado a usar a mesma roupa durante toda a semana, pois não dá tempo de lavá-la e secá-la.

- De tanto comer besteira à noite comecei a ter dores de estômago e um exame detectou uma inflamação.Eu vou embora para casa no dia de descanso e não dá tempo de lavar a farda. Tenho que usar a mesma roupa todos os dias.

Outro agente conta ter recebido só uma calça e, ainda assim, de tamanho maior do que veste. O policial então comprou uma calça social preta, mas, após 24 horas de trabalho, ela se rasgou.

- No dia em que eu fui pegar meu uniforme, não tinha calça do meu tamanho. Tive que comprar uma que não é resistente. Houve um dia em que a calça rasgou e eu tive que me virar para costurar.

A Polícia Militar, por meio da assessoria das UPPs, informou que os coletes foram entregues nos tamanhos pedidos pelos policiais, mas admite a possibilidade de ter ocorrido algum erro na distribuição. Segundo a corporação, os PMs devem informar os problemas nos uniformes ao comando para que a troca seja providenciada.

Para o coronel Paulo César Amêndola, um dos fundadores do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e consultor na área de segurança pública, a organização das UPPs apresenta falhas.

- A política das UPPs é interessante, mas está falhando. Eles têm um efetivo grande, mas não suficiente para tomar conta de todas as favelas. O suporte de apoio e a logística de materiais não são adequados.

Sem banheiro e refeitório

Enquanto o governo não constrói bases fixas nas comunidades pacificadas, policiais têm somente contêineres como apoio. No entanto, essas estruturas não têm refeitório, vestiários e número de banheiro suficiente – na UPP do São João (zona norte), há um sanitário para 50 homens. Por isso, os soldados são obrigados a “se virar” para fazer suas necessidades.

Como não há refeitório, os soldados não têm como levar quentinhas para o trabalho e, assim, dependem de bares e restaurantes para comer, opção bem mais cara para quem tem um vale refeição de R$ 162 por mês.


No morro dos Prazeres, há só um banheiro, compartilhado por homens e mulheres. A porta quebrada impede que ela seja trancada.

- As mulheres se sentem mal. Mas aqui todo mundo é profissional.

De acordo com a assessoria de comunicação das UPPs, a construção das bases de alvenaria é um processo complexo, porque é difícil encontrar terrenos ou imóveis para comprar em áreas de ocupação irregular, como as comunidades. Os contêineres, segundo a assessoria, são estruturas provisórias. Entretanto, não há previsão para a instalação de bases permanentes.

2 comentários:

bombeiro disse...

Boa tarde amigos policiais militares chegou a hora vamos todos para alerj dia 03/08 lá faremos a diferença não seja mais um covarde gratificação não é salario,se não for faça doação precisamos de da sua ajuda para que a luta continue.

Anônimo disse...

DEIXA DE SER OTÁRIO, RECRUTA!
SE NÃO TEM COLETE, NÃO TRABALHA! SE VC FOR BALEADO SEM COLETE NÃO TEM DIREITO A SEGURO E SE MORRER VAI DEIXAR A SUA FAMÍLIA NA M...
SE A FARDA NÃO ESTÁ EM CONDIÇÕES, PARTICIPA(EM 2 VIAS, 1 FICA COM VC PROTOCOLADA PELA SARGENTEAÇÃO) E NÃO VAI PARA SERVIÇO EXTERNO. SE PASSAR UMA SUPERVISÃO E TE VER MULAMBENTO, VAI TE CANETAR.
SE FICAREM DE SACANEGEM, LARGA O SERVIÇO E SAIA ANDANDO. A NÃO SER QUE VC TENHA MEDO DE PALMADA NA BUNDA.
OS SUPERIORES CONTROLAM A TROPA NA BASE DA SUGESTÃO E AMEAÇA. NÃO CAIAM NESSA, LEIAM O RDPM E O APLIQUEM NO DIA-A-DIA.
O MÁXIMO QUE PODE ACONTECER É VC LEVAR UM BICO. E COMO NÃO TEM LUGAR PIOR QUE UPP, ATÉ QUE UM BICO VIRIA A CALHAR.