quarta-feira, 19 de novembro de 2008

NOTÍCIAS DE BRASÍLIA - MANIFESTAÇÃO EM FAVOR DO DELEGADO PROTÓGENES QUEIROZ

BRASÍLIA - Uma manifestação organizada pelo Psol em favor do delegado Protógenes Queiroz reuniu cerca de 50 pessoas em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o presidente do Psol-DF, Enrique Moralles, o ato foi realizado com o objetivo de denunciar manobras que estariam ocorrendo em determinados setores do governo com o intuito de desqualificar a investigação do delegado na Operação Satiagraha da PF que prendeu o banqueiro Daniel Dantas, sócio-fundador do Banco Opportunity.
- Queremos prestar solidariedade ao delegado e também denunciar que somente agora está se falando sobre os excessos que teriam sido cometidos por ele, na nossa visão, para tirar o foco das investigações contra Daniel Dantas - disse Moralles.
Segundo ele, não foi por acaso que os manifestantes escolheram o STF como palco para o protesto. - Há evidências de que o STF tentou afastar o juiz Fausto de Sanctis do caso - disse ele.
A deputada Luciana Genro (Psol-RS) fez um discurso durante o ato criticando o fato de o delegado não apenas ter sido afastado do comando da operação, como também de ele estar sendo alvo de investigações dentro da própria PF. - Estamos preocupados porque vemos uma verdadeira inversão de valores: os que investigaram e que colheram provas estão agora sendo punidos, é o caso do Protógenes e do juiz De Sanctis. Queremos a prisão do banqueiro, isso é uma questão de honra para o Brasil - disse ela.
Os manifestantes levavam faixas com dizeres como: 'STF, porque tanto medo de Dantas?', ou, 'Em defesa de De Sanctis e Protógenes. Na luta contra a corrupção'.
http://jbonline.terra.com.br/extra/2008/11/19/e191125476.html


Protógenes Queiroz é delegado da Polícia Federal.

Foi quem efetuou a prisão de Paulo Maluf, do contrabandista Law Kin Chong, do banqueiro Daniel Dantas, de Naji Nahas e do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.
Foi ele que conduziu a Operação Satiagraha, deflagrada no último dia 08 de Julho, que resultou na prisão do banqueiro corrupto Daniel Dantas, do ex-prefeito de São Paulo e também acusado de crimes de corrupção, Celso Pitta e do mega especulador, Naji Nahas. Na ocasião, Dantas foi preso por duas vezes por determinação do juiz federal Fausto de Sanctis e também liberado nas duas oportunidades pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Vale lembrar que Mendes, além de determinar a soltura de Daniel Dantas, ainda retaliou o juiz Fausto de Sanctis, que determinou as duas prisões, com denúncias na Corregedoria da Justiça Federal, numa clara demonstração de pressão pela posição firme do magistrado. Felizmente, mais de uma centena de juízes federais se solidarizaram e se manifestaram a favor do colega e contra o presidente do STF, o que evitou medidas mais duras contra Fausto de Sanctis, que apenas cumpriu seu dever, de servidor público.
Ao trombar com Dantas e sua influência nos altos escalões da República, Protógenes não recuou. Enfrenta agora o STF, que segundo o ex-ministro da justiça, Fernando Lira, em entrevista à imprensa, atua como se fosse advogado de Daniel Dantas. Enfrenta a cúpula da Polícia Federal, sob o comando de um diretor que é conhecido como "homem de José Dirceu", a mesma cúpula que lhe tirou todas as condições para seguir com suas investigações sobre Dantas, não logrando êxito em parar-lhe. Enfrenta o próprio ministro da Justiça, Tarso Genro. Enfrenta também a grande mídia, que trata o assunto como se fosse uma mera disputa interna na Polícia Federal.
Logo em seguida da divulgação da Satiagraha, o delegado Protógenes foi afastado do inquérito, numa clara atitude de fragilizar a continuidade das investigações.
De investigador, Protógenes passou a investigado. O juiz federal Fausto de Sanctis, que despachou as ordens de prisão contra Dantas, também é intimidado publicamente. Daniel Dantas - apelidado de "o PC Farias que deu certo" - é sutilmente colocado como vítima de métodos ilegais de investigação. Seus advogados estão ensaiando ir direto ao STF (porque será, Fernando Lira?) para invalidar toda a Satiagraha e suas conclusões.
Não podemos aceitar que o banqueiro corrupto continue em liberdade enquanto o delegado e o juiz que determinaram sua prisão sejam perseguidos.