segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Sérgio Cabral aposta tudo na vitória de Eduardo Paes para ser candidato a suceder Lula, com apoio dos bancos

O governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) quer contar com o apoio do chefão Lula da Silva para sucedê-lo no Palácio do Planalto. O futuro de Serginho dependeria da vitória do seu candidato Eduardo Paes contra Fernando Gabeira no segundo turno de disputa pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Cabralzinho tenta se credenciar, porque não conseguem decolar nas pesquisas os nomes de Dilma Rousseff e de Aécio Neves (que poderiam ser os nomes preferidos de Lula para 2010).

A revelação sobre a ambição presidencial de Cabral, que gostaria de ter Dilma como sua candidata a vice na coligação PMDB-PT, vazou ontem, durante conversas entre aliados. No seu projeto, Sérgio Cabral contaria com o apoio de um grande banco que também inunda de recursos a campanha de Eduardo Paes. Os banqueiros são gratos a Cabral porque foi ele quem apresentou o projeto de lei no Senado que permite aos bancos a terceirização da cobrança de dívidas de estados e municípios.

O mineiro Aécio Neves, embora em campanha o tempo todo, vem perdendo espaço no PSDB. Os tucanos vão referendar o nome de José Serra (governador paulista) para a sucessão de Lula. O neto de Tancredo Neves já não conta com o apoio seguro que tinha dos banqueiros internacionais – que já o tinham escolhido e anunciado como candidato presidencial desde 2004, em um mega-jantar na mansão dos Rothschild, na Inglaterra. Diante do desprestígio de Aécio, Cabral também costurou, em Londres e Paris, o apoio da Oligarquia Financeira Transnacional a suas ambições presidenciais.

O calcanhar de Cabral é que não demonstrou a devida força eleitoral neste domingo. Seu apoio não foi suficiente para eleger aliados em algumas prefeituras importantes da Região Metropolitana do Rio, como Niterói, São Gonçalo, Caxias e Nova Iguaçu. Por isso, para seus planos presidenciais darem certo, Cabral precisa de três coisas. Primeiro, que Eduardo Paes conquiste o Palácio da Cidade. Segundo, que Dilma Rousseff abra mão de ser candidata pelo PT e feche uma chapa com ele. Terceiro, que Lula lhe dê, em 2010, o mesmo apoio que os banqueiros já lhe deram.

Por Jorge Serrão